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Grupo de urubus preocupa moradores do Parque das Rosas

A AMARosas tem recebido registros feitos por moradores de um grupo de urubus que está rondando diariamente os prédios do Parque das Rosas. Em busca de entender um pouco sobre os hábitos e a rotina desses animais, entrevistamos o biólogo Rafael Ribeiro, Biólogo e Gestor Ambiental, com experiência em gestão de resíduos sólidos e compostagem. Desde 2012, atua como Guarda Parques, trabalha diretamente com educação ambiental e manejo
de trilhas.

AMARosas: A que podemos atribuir o incidência desses animais na área?

Rafael Ribeiro: Primeiramente, devemos esclarecer que para concluir o motivo de determinada espécie apresentar hábitos específicos, faz-se necessário um estudo amplo das condições ambientais do local e as possíveis alterações que ocasionam tais comportamentos.

Além disso, podemos destacar as principais espécies de urubus que ocorrem na localidade para avaliar o comportamento de cada uma. O Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), por exemplo, que é o que tem sido visto por moradores, se baseia, principalmente, em sua visão para buscar o seu alimento, nos levando a crer que algo chamativo, como grande quantidade de lixo, esteja levantando o interesse desses animais pela região. Já o Urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus), possui o olfato aguçado, indicando que o mau cheiro esteja os atraindo.

 

AMARosas: Pode ter alguma ligação com a sujeira no canal de Marapendi?

Rafael Ribeiro: Sim. Urubus são Saprófagos, ou seja, se alimentam de carniça e carnes em decomposição. Devido a eutrofização (poluição gerada pelo homem) dos canais e complexos lagunares, a mortandade de peixes é frequente, atraindo espécies como os urubus, anus-brancos, entre outros carniceiros.

AMARosas: Algo em específico pode ter atraído os animais?

Rafael Ribeiro: Sim. Geralmente grandes concentrações de lixo e animais em decomposição. Porém, urubus se aproveitam das térmicas (correntes de ar quentes) para ganhar altura com baixo esforço, e devido a grande quantidade de edifícios da região, o ar quente irradiado pelo concreto pode estar oferecendo esta facilidade de voo aos animais.

AMARosas: Podemos explicar como se dá a alimentação e o dia a dia desses animais? Quais são seus hábitos?

Rafael Ribeiro: Urubus são saprófagos, por isso são atraídos por carne em decomposição. Devido a esse hábito, urubus são marginalizados, porém, são de extrema importância ecológica. Estes animais possuem ácidos em seu sistema gástrico capazes de destruir vírus e bactérias evitando sua proliferação no ambiente e por consequência, diminuindo a possibilidade de contaminação de nós humanos.

São animais de voo majestoso que alcança grandes altitudes. São dóceis e devem ser respeitados por seu importante papel ecológico.

O Coletivo Caracol

Rafael, faz parte de um grupo chamado ‘O Coletivo Caracol’ tem como proposta a promoção de Saúde, Cultura e Consciência Ambiental. O objetivo é alcançar a população interessada em ampliar seus conhecimentos sobre nosso bioma, incluindo alunos e professores de toda e qualquer instituição de ensino, que queiram vivenciar a teoria aplicada em sala de aula.

O grupo aborda temas específicos como ecologia e botânica, e tem como premissa estimular o senso crítico, evidenciando a importância e os desafios existentes na conservação.

“Nossos projetos incluem a conscientização sobre a conservação ambiental dos canais e complexos lagunares da Barra e Jacarepaguá em parceria com o grupo SOS Lagoas, utilizando como ferramentas mutirões e atividades sobre resíduos e responsabilidade da sociedade perante ao meio ambiente”, destaca Rafael.

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