Jornalista Aldi Mafra
Marli Peçanha é a Secretária de Ação Comunitária da prefeitura. Moradora do Rosa da Praia, ela nos conta como é ocupar um cargo tão importante do município e chegar tão longe sendo mulher, negra em uma sociedade tão preconceituosa como a nossa. A professora da Rede Municipal de Ensino começou a trilhar seu rumo na política em 1977 e desde então não parou mais.
Hoje ela ocupa o cardo de Secretária de Ação Comunitária a pedido do prefeito da Cidade, Eduardo Paes que ela tem como um grande incentivador de seu trabalho. Entrevistamos a moradora, que reside aqui há 33 anos, para conhecer um pouco mais dessa mulher que enfrentou muitos desafios para chegar até aqui.
AMARosas: Por que escolheu o Parque das Rosas pra morar?! Como sua história se entrelaça com o condomínio?
Marli: Escolhi o Parque das Rosas para morar por conta das minhas amizades que sempre elogiavam muito o local. Tive e tenho amigos que moram aqui. Na época, trabalhávamos juntos e eu visitava sempre a localidade. O Parque das Rosas era um point perto de tudo. Sem contar que me identifiquei muito com o condomínio, uma espécie de Viena para se morar
AMARosas: Como era o Parque das Rosas/ Barra da Tijuca quando chegou?
Marli: Não existia o que tem hoje. O Parque das Rosas cresceu muito, avançou em termos de obras e serviços. O prefeito Eduardo Paes, que foi morador daqui, realizou muitas obras quando era subprefeito, e eu, como assessora dele na época, participei ativamente desse momento, contribuindo bastante com essa transformação. Promovemos esse crescimento urbano e social sempre respeitando as reais necessidades dos moradores.
AMARosas: O que pensa sobre o trabalho da associação?
Marli: Apoiar a associação é de fundamental importância para o fortalecimento do bairro, das ações para atendimento às demandas dos moradores e do consequente resultado para todos. A Associação é um canal para se poder exercer a cidadania e a boa convivência. Estão de parabéns! É através dela que se é possível assegurar bons serviços e o bem comum. Sem contar que a associação exerce a união entre as pessoas e suas expectativas, suas ideias.
AMARosas: Nos conte um pouco da sua trajetória e como chegou a política?!
Marli: A política seguiu a trilha da Educação, instrumento capaz de mudar a vida das pessoas tanto das favelas quanto do asfalto. Comecei no PDT, ao lado de Darcy Ribeiro e Leonel Brizola. Depois vieram Conde e Eduardo Paes. Sempre gostei de trabalhar junto aos menos favorecidos. Eu conheço essa realidade, fui professora de Ciep. A política para mim é estar voltado para melhorar a vida de quem precisa. Acredito na capacidade de transformação da política, mostrar que o dia de amanhã será sempre melhor que o de hoje.
AMARosas: Por que trabalhar na política?!
Marli: Para transformar a vida das pessoas. Mostrar que é possível acreditar em dias melhores. É isso que venho fazendo ao longo da vida pública. Temos que fazer a diferença!
AMARosas: Como foi chegar a secretaria de ação comunitária?
Marli: Chego a Secretaria através da minha história de vida que sempre foi de ajudar a quem precisa, principalmente nas comunidades cariocas. Levei Eduardo Paes às favelas. A confiança do prefeito em me colocar à frente de Ação Comunitária me dá condições, de verdade, de cuidar da população mais vulnerável da cidade e a certeza de poder contribuir com a melhoria das condições de vida dos moradores das favelas implantando projetos que objetivam levar serviços para garantir a real necessidade apontada por essa população.
AMARosas: Nesse pouco tempo na posição, o que pode nos destacar? O que marcou nesse tempo de trabalho?!
Marli: Estamos nas comunidades ouvindo e atendendo às necessidades das comunidades. Levando serviços, acionando os demais órgãos da prefeitura para que executem o mais rápido possível aquilo que a população espera do serviço público. Ações que levam o poder público pra dentro das favelas. Articulações políticas que visam melhorias e bem estar para mais de milhão e meio de pessoas.
AMARosas: O que tem programado para os próximos meses?
Marli: A implantação do Programa Favela com Dignidade que visa a articulação e integração das Secretarias e Órgãos da Prefeitura numa sinergia, coma cooperação de todos, para garantir que os serviços cheguem até as favelas com organização e qualidade, o desenvolvimento de ações do Projeto Turistando com a Comunidade oportunizando o acesso desta população aos bens culturais do Rio de Janeiro e o iniciar o Projeto Casa Carioca levando melhorias habitacionais às famílias que residem em casas que não se encontram em condições mínimas de habitabilidade.
AMARosas: Nos fale um pouco de como é uma mulher, negra ocupar um cargo tão importante e o que isso representa para a sociedade?!
Marli: Ser mulher negra não é só difícil dentro do governo ou de cargos públicos. Ser mulher negra nesse país é difícil em todas as instâncias. Procuro me sobressair pelo meu conhecimento e capacidade. É dessa forma que venceremos o preconceito estrutural. Luto pelo acredito e defendo minhas ideias com conhecimento, amor e sabedoria. Mas estamos à frente do poder público para gerar oportunidades a quem precisa!
AMARosas: Deixe um recado para os vizinhos, moradores do Parque das Rosas.
Marli: É um prazer enorme, me sinto orgulhosa de poder ser vizinha de todos vocês do Parque das Rosas. Somos uma grande família. Aqui é uma comunidade onde se fala com as pessoas sabendo o nome delas. Escolheria mil vezes o Parque das Rosas para morar se fosse necessário. Aqui me sinto feliz, e acolhida.